sábado, 20 de novembro de 2010

Blackbird




Blackbird
McCartney (e Lenon?)

Blackbird singing in the dead of the night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise.

Blackbird singing in the dead of the night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free.

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird singing in the dead of the night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arive
You were only waiting for this moment to arive
You were only waiting for this moment to arive.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

"República é pra quem quer!"



Surrupiei esse texto do Sul 21, mais especificamente da página do Marcelo Carneiro da Cunha, escritor e jornalista gaúcho.
É sobre o 15 de novembro, sobre a república e sobre a República (com R maiúsculo mesmo) que estamos construindo a oito anos. Vale a pena!

Pois cá estamos nós, dia 15 de novembro, uma das grandes datas e mais uma das que pouco pensamos a respeito, em nossa relação de distância e ceticismo para com grandes datas, nós brasileiros.

Eu meio gosto, meio não gosto dessa nossa iconoclastia. Por um lado, ela nos protege de palavras grandes, usadas pelos grandes, com objetivos que beneficiam a eles. Pátria é uma delas. Sempre acho que pátria é coisa deles, país é coisa nossa. Nação é coisa nossa. Cultura é coisa nossa. E acho que fazemos questão de marcar a diferença, de celebrar o que é nosso enquanto eles tentam convencer a gente a celebrar o que é deles. E, em geral, não conseguem. Lembram do 31 de março?

Peguemos a República, por exemplo. Como quase todo o resto na nossa história, ela foi uma criação de um grupo mesclado entre positivistas, maçons, maçons positivistas, anti-monarquistas influenciados pela Revolução Francesa e pelos nossos vizinhos americanos, cansados de sermos o único bloco dos nós-sozinhos com a nossa improvável e anacrônica monarquia e com a escravidão que sobrevivia graças a ela.

Militares positivistas e outros grupos resolveram que não dava mais pra pagar o mico de termos um imperador sendo algo tão pouco parecido com um império, fora o tamanho. E lá fomos nós, sem maiores tiroteios, como quase sempre, virar algo diferente do que até então éramos, continuando profundamente os mesmos. Essa foi sempre a nossa sina, não é mesmo? Mas a República trouxe novidades importantes, e é isso que talvez não seja suficientemente apreciado por nós, que a recebemos pronta, pelo menos do jeito que ela foi concebida. Ela era uma intenção modernizante, que deu de cara com a realidade do imutável, mas ainda assim implantou a separação entre a igreja e o estado, criou o casamento civil e promoveu o sistema métrico decimal. Antônio Conselheiro achava isso tudo coisa do demônio e se insurgiu contra a república, ou algo assim. Mais ou menos como atuam em 2010 o Silas Malafaia, Wellington Jr e Marina Silva, quem diria.

A nossa transformação em república se deu mais ou menos do jeito que tinha que dar, mudança de embalagem, muito mais do que do produto e isso continuou ao longo do século 20, até chegarmos a 1988, uma constituição com elementos importantes e que merecem ser melhor pensados e avaliados, se vamos compreender o que realmente acontece conosco.

E, lendo o primeiro-ministro de Portugal no seu texto “Meu Brasil é com S”, publicado na Folha de SP nesse dia 14, penso que, com duas eleições vencidas, com a Constituição de 88 e o legado de Ulysses Guimarães nas costas, Lula é o fundador da primeira república brasileira com cara e jeito de república brasileira. Pela primeira vez na nossa história um número de brasileiros em condições de participar efetivamente da vida do país é maior do que o número que ainda fica de fora do processo, ou, pelo menos, do mercado. Pela primeira vez sentimos que a vida institucional é mais forte do que os interesses ou desejos de grupos, sejam eles quais forem. Pela primeira vez vivemos uma certa normalidade com nosso habitat, e acreditamos que essa normalidade será preservada ao longo dos próximos tempos. Pela primeira vez a república parece mais forte do que as demais alternativas, e a vida dentro das regras republicanas, algo a ser vivido. Também é a primeira vez que o Brasil vive uma época de crescimento econômico, combate real à pobreza com reais perspectivas de sairmos ganhando, de inflação sob controle, moeda estável e o exército dormindo. Criamos o maior sistema do mundo de energia renovável e a gente nem se dá conta, de tão normal que parece. Encontramos muito, mas muito petróleo a sete quilômetros de profundidade e a trezentos da costa, e achamos que não fizemos mais do que a obrigação.

Há apenas umas décadas, nossas maiores conquistas se resumiam a copas do mundo, estimados leitores.

Pois hoje, 15 de novembro de 2010 me deu vontade, pela primeira vez na minha longuíssima existência, de festejar a nossa República. Fiz um churrasco na minha laje aqui em Pinheiros e não convidei ninguém, porque queria curtir o momento em silencio.

Para um brasileiro da minha geração, é estranha a sensação de poder celebrar algo tão complexo e inestimável quanto uma república toda nossa, uma forma de viver a nação na qual a nação ganha crescentemente poder, enquanto cresce.

É isso que eu festejo, embora os meus vizinhos não façam idéia do que seja. É isso que proponho a todos que pensem, reflitam, e, se acharem que vale a pena, celebrem. O dia de hoje, e olhem que eu não sentia nada disso por muitos e muitos anos, é nosso.

E vamos em frente, consolidar o que precisa ser melhor pensado e desenhado, contra os que querem o mundo como ele era antes de 1889, do mesmo e velho e cansado jeito de sempre.

domingo, 14 de novembro de 2010

As crianças, a modernidade e outras coisas...



Estava navegando por aí e resolvi dar uma atracada no blog da Rosely Sayão. Pelo que pude ver, faz tempo que ela não posta nada novo lá. Mas os textos já postatos sempre revelam algo de extremamente elucidativo, mesmo quando lidos pela milésima vez (exagero!). Como mãe e professora que sou, fico extremamente feliz ao ler coisas deste tipo:

"Decidimos colocar as crianças sob intensa pressão: elas precisam aprender a se comportar assim que os pais ensinam, elas precisam gostar de estudar e ter êxito na escola, elas devem aproveitar bem o que os pais lhe oferecem e demonstrar gratidão por isso e, principalmente, corresponder à expectativa de sua família.

Mas criança não aprende de primeira e, mesmo depois que aprende algo, irá transgredir e desafiar; criança gosta mesmo é de brincar, e não de estudar; criança acha que os pais têm obrigação de lhe dar tudo o que ela quer; criança não tem autocontrole e gosta de experimentar.

Num mundo em que a infância está desaparecendo e em que os adultos teimam em parecer juvenis, é quase uma impertinência a criança se comportar como tal, dar trabalho, exigir paciência e persistência dos adultos que a educam.

E é por essa razão que, todos os dias, muitas crianças sofrem: apenas porque são crianças e os adultos se impacientam com isso. Hoje, alguns comportamentos delas são considerados síndromes, doenças, desajustes que exigem cuidados especializados e medicação.

Há muitas maneiras de se maltratar uma criança. Uma delas é não suportar que ela se comporte como criança."

Feliz por saber que existem portas e pessoas que as constróem através de suas reflexões para que possamos sair desse mar lamacento em que nos encontramos hoje. Temos MUITA informação, mas não sabemos o que fazer com ela. Temos muitas referências, mas poucas realmente sólidas. Estamos perdidos e cada vez mais adoecemos de "modernidade". Construção típica de nossa sociedade "moderna", achamos que temos que correr o tempo todo atrás da máquina, sem percebermos que esta máquina é na verdade uma esteira e que no final das contas (ou da vida, na pior das hipóteses) nunca saímos do mesmo lugar em que estávamos desde o início.
Acredito que o conhecimento esteja se revelando de forma muito mais intuitiva do que racional. É só "fechar os olhos e deixar o corpo ir no ritmo", como já dizia Lulu Santos. É só ouvir o som da máquina girando sob nossos pés. E depois, pular dessa "racionalidade" maluca e doentia, respirar fundo e andar com as próprias pernas, cabeça, coração e todo o resto... Enfim, temos muito o que aprender com as crianças!

sábado, 13 de novembro de 2010

Sobre atual encontro do G20

Excelente!!! Tava no Opera Mundi, mas eles tiraram do Asia Times On line com tradução da Carta Maior.

Mas... isso lá é “declaração”, G-20?!

Nunca antes se viu pior “declaração”, dentre todas as horríveis “declarações” do Grupo dos 20 (G-20). Tudo o que se precisa saber sobre o “alívio quantitativo” do Federal Reserve aos EUA, as guerras da moeda e o tsunami de lama que ameaça o sistema financeiro global encontra-se no vídeo de RAP distribuído pela Next Media Animation de Taiwan:

Se, pelo menos, tivessem acertado o “making of” da reunião do G-20 essa semana em Seul. A reunião foi divulgada como ampla manifestação de antiprotecionismo, de apoio à recuperação da economia global, com ideias pra diminuir os problemas galopantes dos déficits e das dívidas. A reunião está acontecendo na quinta e na sexta, mas a declaração final já era o principal problema desde a quarta-feira. E que cena de luta vale-tudo na lama saiu-nos a tal declaração!

Afinal, depois de muito suor, apareceu um rascunho da declaração, declarando que os países devem deixar que o mercado determine o valor da moeda e devem “abster-se de qualquer desvalorização competitiva” (referência velada aos EUA). Mas até o último minuto os assessores-gurus – com fino faro para escolher a rota de fuga mais segura, e cujo trabalho explica por que a conclusão sempre é trivial, nessas reuniões de cúpula – ainda mantinham entre parênteses formulação alternativa: “subvalorização competitiva” (referência velada à China).
Como prêmio de consolação atirado à opinião pública global, foi emocionante ver os BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China – e a União Europeia (UE) avançarem para o procênio e manifestarem o desejo (quase unânime) político de que as nações não adotem políticas (como fizeram EUA-FED, na segunda rodada de quantitative easing, ou QE2) que gerem conflitos com outras economias nacionais.

Há dias, todos os bancos centrais do mundo pediam que o FED falasse com clareza sobre a tal segunda rodada de quantitative easing, QE2. Crer que os países do G-20 aceitariam alegremente o convite do presidente Barack Obama dos EUA, para que todos engolissem um segundo tsunami de papel verde, para os quais os EUA não podem oferecer qualquer garantia, é habitar o país de Oz. Não surpreende que todos os diplomatas tenham repetido, mais ou menos irritadamente, que aquela reunião bem podia chamar-se “reunião do G-19 a 1”.

Para mostrar como sucesso do G-20, só restou a aterradora promessa de que o muito execrado FMI (Fundo Monetário Internacional) deverá monitorar o que o G-20 fizer (o FMI delira agora que uma ação coordenada dos países do G-20 para “salvar” a economia mundial pode gerar 52 milhões de empregos no médio prazo). Para não dizer que Washington recusa-se a promover o “ajuste estrutural” que seu queridinho, o FMI, sempre conseguiu impor a todos os seus outros pacientes doentes de déficit orçamentário terminal.

O novo exército-modelo

E por que seria diferente? Considere-se a carta que Obama enviou aos líderes do G-20, antes do encontro. Tentou convencer os outros 19 de que os EUA mantêm seu “compromisso de não subvalorizar moedas por interesses competitivos” –, quando todos já praticamente berravam aos quatro ventos que QE1 e QE2 são, exatamente, subvalorizar o dólar. Na carta, Obama praticamente jogou a culpa pela crise financeira de 2008 sobre a China e os mercados emergentes. E, ao defender a ação do Fed, na Índia, na 2ª-feira passada, Obama disse, sim, que o que é bom para os EUA é bom para o mundo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil foi, certamente, quem achou o tom mais ponderado para responder a Obama. Os bancos centrais europeus, furiosos, já acusavam os EUA de “traição”. Lula sugeriu que os países BRICs poderiam usar menos o dólar no comércio entre eles – o que, precisamente, já estão fazendo.

É do conhecimento até do reino mineral que, quando os EUA, no governo de Nixon, em 1971, declararam unilateralmente o fim do padrão-ouro para o dólar norte-americano, decretou-se a morte do sistema de Bretton Woods introduzido no final da II Guerra Mundial. Daquele momento até hoje, se assiste ao interminável coma do sistema monetário global.

Washington/Wall Street adotou a lei da selva (“nenhum prisioneiro vivo”) –, de infindável manipulação do dólar norte-americano como moeda global de reserva. Para nações emergentes, a única reação possível é coordenar um programa de investimentos em obras públicas para garantir emprego e renda nos respectivos mercados internos e proteger as respectivas indústrias locais.

Interessante comparar a atual situação e o que houve no tempo de Franklin Delano Roosevelt. Para reverter a Grande Depressão, o Estado assumiu o controle da economia nos EUA. O presidente Roosevelt não recorreu “aos mercados”: construiu e lançou um pacote desenvolvimentista – obras públicas combinadas com assistência social.

Há real impasse no G-20, e é absoluto nonsense a retórica dos EUA, de reivindicar a posição de coordenador global para derrotar a crise: a única meta que interessa e mobiliza Washington/Wall Street hoje é esmagar qualquer alternativa política ao seu novo ajuste unilateral. Michael Hudson, da University of Missouri, já explicou, numa linha: “O sistema financeiro e os bancos norte-americanos, como novo exército-modelo, lançaram um raid contra todas as moedas estrangeiras.”

Ainda é a “dominação de pleno espectro”, estúpido

Então, o que acontecerá nos EUA depois desse QE2 e desse G-20? Business como sempre – quer dizer, a volta a pleno vapor, sob os auspícios de um Congresso dominado pelos Republicanos nos EUA, da Doutrina da Dominação de Pleno Espectro, menina dos olhos do Pentágono. Os Republicanos tentarão histericamente cortar todos os gastos orçamentários que lhes apareçam pela frente – exceto o orçamento da Guerra Infinita.

Assim sendo, acabou-se a “lua de mel” com a China. A China, mais do que jamais antes, verá firmada sua posição de número 1 da lista de inimigos/concorrentes estratégicos do Pentágono. A pergunta incomodamente quantitativa de um trilhão de dólares continua a ser: como, em que termos e até quando Pequim aceitará continuar a financiar, em tempo integral, a construção da aterrorizante máquina de guerra de Washington.

A plutocracia de Washington/Wall Street estimulada pela Doutrina da Dominação de Pleno Espectro interpretará a viagem de Obama à Ásia como útil, sobretudo, para prevenir a China de que os EUA planejam continuar a ser superpotência também asiática. A Índia – parceira nuclear dos EUA – foi engambelada até o fim dos tempos. E também a Indonésia. Aqueles 40 mil soldados dos EUA no Japão, mais a base de Okinawa, além dos 28 mil soldados dos EUA na Coreia do Sul ficarão exatamente onde estão.

A situação interna dos EUA – com o que possa haver de pior, da total debacle das camadas médias ao surgimento de tendências fascistas – absolutamente não tira o sono da plutocracia de Washington/Wall Street eletrificada pela Teoria da Dominação de Pleno Espectro.

Quanto ao G-20, o fundo do poço é mais embaixo: nada conseguirá impedir que o dólar norte-americano continue em queda livre. Os americanos médios viverão com salários e preços de casas igualmente despencados. A China não aprenderá a lição. O yuan de fato já vem sendo valorizado desde 2005: de 8,2 por dólar norte-americano, para 6,6; e se valorizará mais 15% até 2015 – pelo cronograma fixado por Pequim, não por Washington.

A América do Sul, com sua corte de governos progressistas, agora com muito melhores capacidades de coordenação, talvez mostre ao mundo como se dança o baião da integração e como escapar da ditadura do dólar norte-americano, negociando em moedas regionais. O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, tem dito em alto e bom som o que muitos sussurram pelos cantos: acabou-se a era do dólar norte-americano como moeda de reserva. A tendência é constituir-se uma cesta de moedas. Os BRICs operarão de forma cada vez mais coordenada. E, com a China liberando o mercado offshore do yuan, mais cedo ou mais tarde o dólar Hong Kong-EUA será história.

A França está próxima de abocanhar a presidência do G-20. Não é segredo para ninguém que o megacontestado, megaimpopular, micronapoleão e macronarcísico Nicolas Sarkozy detonará todos os obstáculos para chegar ao trono do G-20 da “Bretton Woods II de Sarkozy” em Paris, ano que vem, quando então salvará o planeta e, de quebra, a própria reeleição na França, em 2012.

Aí está novelão cujo desfecho temos de esperar. Alé lá, só o RAP salva. “From the Mao to the Deng to the Jiang to the Hu/ You think you can keep on telling us what to do...”

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Por que devemos ler mais jornais e menos notícias

Desculpem, sou péssima tradutora! Na verdade, só eu entendo meu inglês, rsrs!
Mas mesmo assim o texto é ótimo! Deste blog.
Também é uma resposta para aqueles que acham que a esquerda é paranóica e "acha" que a mídia está sempre contra ela. Na verdade, podemos dizer que pessoas de esquerda geralmente gostam de ler, estudam história e tem um pensamento crítico. Ideologia TODOS tem, independente de coloração partidária (ou apartidária).


The maze of documents and the media observations on the wiki leaks’ recent release of 400,000 classified Iraq war documents ignites so many questions… so many thoughts. But one can’t help but notice the so many subtle and not so subtle diverging perspectives within the media agencies reporting the story.

The British media (Guardian, Independent, BBC etc.) came down quiet hard on the atrocities and cited un-reported torture stories to civilian murders to children shot dead. However, the US headline story in New York Times was “Wiki leaks founder is on the run” completely sidelining the subject of war-logs and harping upon personal life and daily routine of Wiki leaks founder. Why the disparity? Why are some people entitled to more truth than others? And what is the truth by the way?

It’s also a stark reminder of what transpired during the Aug 2010 floods in Pakistan. While Pakistan media was reporting devastation of floods, displaced people, economic losses the western media reported threats of hard-line Islamists organization filling the void and gaining sympathies of the masses & taking over. Why the disparity again?

Theoretically, the large divide between interpretations of the same news items mainly reflects biases, fears, political motivations and national sentiments. It’s not even funny how selective journalism comes creeping into our lives, snuggle beside us quietly and seriously influences our thoughts, views and opinions. The motives behind this divide is sometimes based on reality but viewed differently while sometimes facts are selectively exploited to achieve a certain goal. It will always depend on who is writing history. Winston Churchill once said “History will be kind to me for I intend to write it”. What an ironic statement this is…! Relying on so little for so much is surely tricky & hazardous.

To explain the matter further I provide 2 examples.

First Case in point: The Mongols. The middle-eastern and the western versions paint Mongols as barbaric murderers laying waste to human civilization and cultures. Historians narrate explicit and haunting stories of burned down libraries in Baghdad to cold blooded murders of thousands in Caucasus to knee deep rivers of blood in Eastern Europe. But, slide a little eastward on the world map; and stories about the same Mongols drastically change & start to echo the sounds of secularism, freedom of religion, superior military strategy, and rule of merit etc. For people in the eastern part of the world the great Mongol Genghis Khan is a prophet, a man sent from heaven and they continue to believe that he would rise once again to lead his people.

Second case in point: Muhammad bin Qasim. We have all read the story of the famous 17 year old military general from Persia who was sent by his paternal Uncle Hajjaj bin Yusuf to liberate (read remove trade hurdles) Sindh in 712 AD from the clutches of evil Raja Dahir. He is also very well known for his peaceful execution of his military campaigns and his tolerance towards local religions. But few of us know that when Hajjaj Bin Yusuf died, the new Khalifa (political enemy of Hajjaj) recalled and imprisoned Qasim in Mosul where he died at the age 20. How Qasim is revered in our books and what happened to him eventually is a completely different story which almost always (not by coincidence) remains untold in our part of the world.

Is it fair to dissect the history to arrive at our own version of story? Can we make knowledgeable decisions if we lack enough data points and understanding of what came to pass? I’m not sure and I’m still searching…!

Today there are calls by some to put the Wiki leaks founder on trial and by others to give him the Nobel Peace Prize. What would you do?

My guess is most would say give him the Nobel Peace Prize, considering how Pakistanis feel about United States policies. But what if Wiki Leaks had blamed it all on ISI or Pakistan army? Would you still vote to give him the Nobel Prize with the same level of conviction?

My guess is that the answer to knowing the difference largely lies in reading & understanding the world history in as much detail as possible thus arriving at an independent opinion. History can help us understand how societies have operated in the past thus refine our moral education. Have we yet learnt from it or not, that’s a separate matter.

To be absolutely fair, independent, un-biased and relentlessly pursuing this belief is not the path for the faint hearted but it sure is the right thing to pursue. A good judgment has a lot to do with wisdom accumulated through experience and it is primarily knowledge of what transpired in the past that can help us form a better view of our days to come. The only way we can have the clarity of mind to walk a chosen path is only if we understand the truth and history behind any given subject. But this process shouldn’t take place by reading the news only; in fact it should originate in reading real books. Same subject, different books, different authors is my recipe to get an insight and understanding.

Thomas Jefferson said “The man who reads nothing at all is better educated than the man who reads nothing but newspapers”.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Presidenta sim!

Este post é só pra felicitar a nova e primeira PRESIDENTA do Brasil! Parabéns a Dilma e ao povo brasileiro que acreditou e acredita que esta mulher tem competência e garra para administrar o Brasil, para aprofundar conquistas e para ampliar direitos. E também sensibilidade para ouvir os movimentos sociais, pois eles são os motores da nossa história. É através deles que estamos aqui hoje, votando. É através deles que temos uma mulher na presidência. É através deles que temos ainda um operário na presidência. É através deles que muita gente conquistou suas terras. É através deles que muitos negros ingressaram nas universidades. E é através deles que vamos seguir mudando, cada vez mais!
Abaixo, o belíssimo discurso da Dilma como presidenta eleita.
Hasta!

"Minhas amigas e meus amigos de todo o Brasil,

É imensa a minha alegria de estar aqui. Recebi hoje de milhões de brasileiras e brasileiros a missão mais importante de minha vida. Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro portanto aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.

A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um principio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!

Minha alegria é ainda maior pelo fato de que a presença de uma mulher na presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania. Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país:

- Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social.

- Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa.

- Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa e de culto.

- Zelarei pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa constituição.

- Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da presidência da República.

Nesta longa jornada que me trouxe aqui pude falar e visitar todas as nossas regiões. O que mais me deu esperanças foi a capacidade imensa do nosso povo, de agarrar uma oportunidade, por mais singela que seja, e com ela construir um mundo melhor para sua família. É simplesmente incrível a capacidade de criar e empreender do nosso povo. Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.

Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem.

Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte. A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida.

O Brasil é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro. Minha convicção de assumir a meta de erradicar a miséria vem, não de uma certeza teórica, mas da experiência viva do nosso governo, no qual uma imensa mobilidade social se realizou, tornando hoje possível um sonho que sempre pareceu impossível.

Reconheço que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico. Essa nova era de prosperidade criada pela genialidade do presidente Lula e pela força do povo e de nossos empreendedores encontra seu momento de maior potencial numa época em que a economia das grandes nações se encontra abalada.

No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.

Longe de dizer, com isso, que pretendamos fechar o país ao mundo. Muito ao contrário, continuaremos propugnando pela ampla abertura das relações comerciais e pelo fim do protecionismo dos países ricos, que impede as nações pobres de realizar plenamente suas vocações.

Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda os efeitos de uma crise financeira de grandes proporções e que se socorre de mecanismos nem sempre adequados, nem sempre equilibrados, para a retomada do crescimento.

É preciso, no plano multilateral, estabelecer regras mais claras e mais cuidadosas para a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas. Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com este objetivo.

Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios. O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável.

Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos. Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.

Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública.

Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público. Zelarei pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora de nosso empresariado e de nosso povo. Valorizarei o Micro Empreendedor Individual, para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares, ampliarei os limites do Supersimples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre outros.

As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados.

Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de ação governamental. Levaremos ao debate público as grandes questões nacionais. Trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades.

Mas acima de tudo quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas.

Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas sempre com pensamento de longo prazo. Por isso trabalharei no Congresso pela aprovação do Fundo Social do Pré-Sal. Por meio dele queremos realizar muitos de nossos objetivos sociais.

Recusaremos o gasto efêmero que deixa para as futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.

O Fundo Social é mecanismo de poupança de longo prazo, para apoiar as atuais e futuras gerações. Ele é o mais importante fruto do novo modelo que propusemos para a exploração do pré-sal, que reserva à Nação e ao povo a parcela mais importante dessas riquezas.

Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas. Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde. Me comprometi também com a melhoria da segurança pública. Com o combate às drogas que infelicitam nossas famílias.

Reafirmo aqui estes compromissos. Nomearei ministros e equipes de primeira qualidade para realizar esses objetivos. Mas acompanharei pessoalmente estas áreas capitais para o desenvolvimento de nosso povo.

A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade. É aquela que convive com o meio ambiente sem agredí-lo e sem criar passivos maiores que as conquistas do próprio desenvolvimento.

Não pretendo me estender aqui, neste primeiro pronunciamento ao país, mas quero registrar que todos os compromissos que assumi, perseguirei de forma dedicada e carinhosa. Disse na campanha que os mais necessitados, as crianças, os jovens, as pessoas com deficiência, o trabalhador desempregado, o idoso teriam toda minha atenção. Reafirmo aqui este compromisso.

Fui eleita com uma coligação de dez partidos e com apoio de lideranças de vários outros partidos. Vou com eles construir um governo onde a capacidade profissional, a liderança e a disposição de servir ao país será o critério fundamental.

Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária.

Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.

A partir de minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política.

Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a qualidade da política. Quero empenhar-me, junto com todos os partidos, numa reforma política que eleve os valores republicanos, avançando em nossa jovem democracia.

Ao mesmo tempo, afirmo com clareza que valorizarei a transparência na administração pública. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.

Deixei para o final os meus agradecimentos, pois quero destacá-los. Primeiro, ao povo que me dedicou seu apoio. Serei eternamente grata pela oportunidade única de servir ao meu país no seu mais alto posto. Prometo devolver em dobro todo o carinho recebido, em todos os lugares que passei.

Mas agradeço respeitosamente também aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno em outros candidatos ou candidatas. Eles também fizeram valer a festa da democracia.

Agradeço as lideranças partidárias que me apoiaram e comandaram esta jornada, meus assessores, minhas equipes de trabalho e todos os que dedicaram meses inteiros a esse árduo trabalho. Agradeço a imprensa brasileira e estrangeira que aqui atua e cada um de seus profissionais pela cobertura do processo eleitoral.

Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento.

Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silencio das ditaduras. As criticas do jornalismo livre ajudam ao pais e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório.

Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu pais e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida.

Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós. Baterei muito a sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta. Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora. Mas saberei honrar seu legado. Saberei consolidar e avançar sua obra.

Aprendi com ele que quando se governa pensando no interesse público e nos mais necessitados uma imensa força brota do nosso povo. Uma força que leva o país para frente e ajuda a vencer os maiores desafios.

Passada a eleição agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos agora é hora de união. União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país.

Sempre com a convicção de que a Nação Brasileira será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ela.

Muito obrigada."

Obs: presidenta existe sim. Está no Aurélio! ;)