quinta-feira, 31 de março de 2011

Da Educação e do Aikido

O pobre do blog tá abandonado... só pra postar algo, vou divagar um pouco. É que meu lado "político" anda meio desativado... acho que dormir pouco dá nisso. A gente vai ficando meio bitolada...
Mas então cá estou eu, tentando pensar em alguma coisa pra escrever e o que me vem a mente é algo que faço diariamente e que nesses dias tem me angustiado um pouco: dar aulas! Às vezes eu odeio esse meu lado relativista demais, mas fico pensando: afinal, o que é ser um professor? O que é ser um bom professor, formulando melhor? Eu sou uma eterna aluna e por isso, gosto de fazer essas comparações. Porque eu sou "ativa e passiva" ao mesmo tempo (sem maldade!), ensino (ou penso que sim) e aprendo (tb acho que sim) coisas o tempo todo. Então, tenho um monte de idéias sobre o que penso ser o papel de professor ideal, mas depois, no final, eu acho que não existe "receita" pronta. Acho que o bom professor é aquele que se forma o tempo todo, como um artesão que se molda constantemente, de acordo com a forma que deseja tomar. E faz isso com amor e cuidado, porque quer a forma bem feita. Às vezes o negócio fica meio desajeitado, mas depois de uns retoques, fica melhor do que era. Mas também o bom professor é meio intuitivo. Às vezes não sabe bem que forma tomar, como vai ser, no que vai dar... ele vai indo, devagarinho... Eu aprendo muito com o Aikido, outra atividade da qual sou aluna (e esta eu sei que quando acho que aprendo, descubro que não sei nada) e gosto muito de ler os ensinamentos dos grandes aikidoístas, pois eles desenvolveram uma leitura muito peculiar da vida. O Gozo Shioda Sensei diz que o bom praticante nunca tem uma forma pronta na cabeça na hora de executar um movimento. Tudo depende do momento, da forma como o ataque vem, da velocidade, da nossa situação, ... então, depois que preenchemos nossa mente com o conteúdo, a ação deve ser livre e intuitiva. E isso tb é uma ferramenta de ação para o professor. Devemos estar sempre nos aprimorando, estudando, aprendendo, mas também deixando o momento falar. E só podemos fazer isso quando temos segurança da nossa capacidade. Assim como numa situação real de conflito, quando temos segurança e confiamos e nós mesmos, fazemos com que os outros confiem tb. Mesmo que seja a confiança de que não podem nos enfrentar, hehe. Mas isso é pro Gozo Shioda e demais senseis... Para nós, reles professores, estudantes, praticantes, profissionais das mais diversas áreas, o negócio é seguir no caminho. Quem sabe um dia a gente chega lá!
Buenas, depois dessa salada de idéias meio desconexas, meio confusas, meio meio... a conclusão que eu quero chegar é que a nossa busca (aí voltando pros professores) deve ser a de um caminho que nos propicie encantamento e decepções, dificuldades e sucessos, para que possamos achar a fórmula do equilíbrio na segurança de estarmos fazendo algo que amamos (tá, às vezes odiamos). É uma possibilidade de caminho... Eu venho pensando nisso :)
Tá, já dei um oi pro blog. Outro dia eu volto!
Hasta!

terça-feira, 8 de março de 2011

"A protagonista"

"No teatro, identificada com a protagonista, cada uma de nós sente-se um pouco Fedra, Cleópatra, Desdêmona. No entanto, a transbordante plenitude que alcançamos por empréstimo pode ser nossa. Basta sermos protagonistas duma aventura singular, que é a nossa própria vida."
Carmem da Silva para a revista Cláudia em 1963.