Nestes tempos de eleições, sempre me vem à cabeça Brecht. É que a gente escuta milhares de pessoas cheias de "argumentos" para odiar política, para dizer que tudo é igual e que, por via das dúvidas, é melhor (ou mais seguro) votar na direita... Quando a direita envergonha, com as suas diversas nuances nazi, então é melhor achar alguém "mais ou menos". Alguém que, no fundo, represente "mais ou menos" nada. Ou algo nebuloso, indefinível, mas que, pelo menos, se coloque do outro "lado".
A(s) minha(s) escolha(s), claro, já está(ão) feita(s). Tanto de projeto quanto de candidatos. Ela não deixa de ter contradições e falhas como QUALQUER outra e, com certeza, não é a ideal. Por que, se fosse a ideal, não teria contradições e falhas. E se a ideal, que eu sonho, viesse a ser colocada em prática, não seria mais a ideal e sim cheia de contradições e falhas. E aí, eu teria que ir mais além, teria que buscar novas opções. E no fundo, assim é a vida, em tudo. Nunca teríamos que melhorar se tudo fosse perfeito. E afinal, que define o que é "perfeito"?
A propósito, minha escolha é por Dilma, Tarso, Paim, Abigail, Zulke e Raul.
Hasta!
O analfabeto político
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa
dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra,
o corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.
Texto de Bertold Brecht, escritor e teatrólogo alemão (1898/1956)
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